O único da casa que enxerga o vento é o cachorro.
Detém-se à porta da cozinha,rosnando para o pátio ventado, cheio de latas
inquietas e papéis decididamente malucos.
E nos seus olhos fixos erancorosos vê-se o desvario do vento,a incurabilidade
do vento, os seus cabelos em currupio , os seus braços que parecem mil, os seus
trapos flutuantes de espantalho, toda aquela agitação sem causa eque é ainda menos instável, no entretanto, que a terrível desordem da sua cabeça:pois o ven-
to nunca pode assentar as idéias.